Mensalão, Joaquim Barbosa e fé: podemos aprender algo


    Estamos todos felizes com a condenação do núcleo político dos acusados no caso do “Mensalão”. Acostumados a ver tudo acabar em “pizza”, poucos acreditavam que esse processo poderia ter um desfecho desses.     Mais do que isso, pouco imaginávamos que algum juiz seria alvo da admiração e apoio tão forte da população. Joaquim Barbosa não só mostrou-se coerente, como também engajado na defesa de seu voto, de suas ideias, como também comprometido em exigir o mesmo de alguns companheiros de capa.
    É muito bom esse momento, contudo, temos de olhar para ele com a preocupação de quem tem princípios e ideais atacados a todo o momento. Vimos ali um juiz defendendo nossas leis e aquilo em que ele acreditava, no entanto, muitos de nós, conhecedores da Palavra e engajados no Reino, não tem tido a mesma firmeza em defender e a mesma coerência em viver os princípios do evangelho.
    Dia a dia, perdemos a noção de que fé e vida não se dividem. A cada ataque de nossa sociedade, a igreja tem cedido em sua doutrina, em sua conduta e sua relação com Deus. O discurso mundano de que política e religião, ou profissão e fé, ainda de que igreja e lar não se misturam tem convencido muitos de nós a viverem vidas divididas e sem expressão no Reino de Deus, pois não mais enxergamos que nosso Criador é Senhor sobre todas as coisas.
    Isso tem levado muitos cristãos a não servirem a Deus com seus relacionamentos pessoais, empregos e vida social. O problema é que muitos, por já terem comprado a ideia de que não se mistura as coisas, deixam de lado aquilo que mais exige de nós – Deus, é claro –, para satisfazerem os compromissos que não podem ser misturados com a fé. Por essa razão, vemos crentes participando da política e dedicando o Dia do Senhor para fazer campanha. Vemos crentes aceitando “maracutais” em seu trabalho e até justificando o divórcio, homossexualismo e adultério.
    Joaquim Barbosa, pelo menos nesse processo, mostrou a nós o que é coragem - se algo mais por trás de tudo isso, eu não estou sabendo. O evangelho exige de nós algo mais contínuo e profundo. Não estamos defendendo um caso, um ponto ou uma simples ideia. Estamos defendendo a verdade última da vida, do ser humano e de Deus. Não podemos pensar, nem por um minuto, que alguma área de nossas vidas deva ficar de fora. Tão pouco podemos temer e aceitar esse discurso que procura dividir nossa vida em duas: sagrado e secular. Você é um e muitos, semelhantemente como Deus o é. Você é uma pessoa, que exerce diversas funções; seja o mesmo em todas elas.

"Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas.
(Mt 6.24)

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