Alegria no Redentor


Na igreja da qual sou pastor temos estudado os temas mais gerais que envolvem a queda e a redenção. Já vimos como se deu a queda; no que consistiu o pecado, de que modo ele nos afetou, ou os efeitos noéticos do pecado. Agora, temos abordado o lado da redenção. Vejo nos olhos de minhas ovelhas a alegria de rever e aprofundar o conhecimento sobre a obra de salvação de nosso Senhor. Contudo, devo dizer que o prazer maior é de minha parte.

Poder descrever com maior profundidade a obra realizada por Cristo, exaltar sua pessoa com sua verdade, e poder ensinar as minhas ovelhas e confiarem em seu Redentor é algo que me faz sentir realizado.


Vejo tantos motivos gloriosos em Cristo, que não consigo entender como alguém pode se lançar à justiça própria. A Bíblia, especialmente o livro de Hebreus, coloca Cristo como o grande profeta, sacerdote e rei, que realizou uma perfeita e incompletável – no sentido de que não exige nenhum tipo de acréscimo – obra de salvação. Infelizmente, muitos estão deixando toda essa glória de lado e buscando acrescentar algo à obra de Cristo.


Há uma crescente ênfase ao que pode ser resumido pelo ditado: “Faça por onde que eu te ajudarei”. As pessoas realmente pensam que é sua dedicação que lhes faz alcançar algo, até mesmo diante de Deus. Ouvi de uma mulher que se quer se diz cristã, que ela participou de uma campanha em uma dessas igrejas do universo de Deus, e alcançou o que queria por ter agradado a Deus. Somando a isso, vi certo pregador de TV ensinando que hoje podemos estar salvos e amanhã fazer algo que nos tira a salvação. Tal perda da salvação geraria a necessidade de que fizéssemos algo para reaver o que foi perdido, levando-nos direto à justiça própria.


Nesses estudos, o significado do que Jesus quis dizer em seu chamado: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei.” (Mt 11.28), tem sido aprofundado. A alegria tem se instalado nos olhares de ovelhas de Cristo, maravilhadas com o descanso que somente a perfeita obra de nosso redentor pode trazer. Nosso salvador nos chama para descansar em sua justiça, aquela que em muito excede a dos escribas e fariseus. E essa excede porque é realizada pelo perfeito sacerdote, que ofereceu diante do Pai um sacrifício de vida perfeitamente obediente. É através desse fato que podemos entender o que foi dito por ocasião do batismo do Senhor: “Este é o meu filho amado, em quem me comprazo” (Mt 3.17).


É por meio do Senhor que agradamos a Deus. Não podemos ter a pretensão de agradar a Deus, buscando somar isso à obra imaculada do Filho. Experimentar a alegria indizível é ver-se redimido e reconciliado com o Pai por aquele que nos justificou (Rm 5.1). Não busque sua própria justiça, viva e descanse na justiça de nosso Redentor.

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